INTRODUÇÃO
Este artigo tem a proposta de abranger o tema ansiedade de um modo completo, de fácil entendimento e com recortes independentes da leitura total.
Porém, caso esteja procurando por psicoterapia (presencial ou à distância), te disponibilizo aqui um botão para entrar em contato:
Voltando ao artigo, abaixo temos os links que direcionam para cada tópico relativo. Assim, caso queira, poderá ir direto para a parte que te interessa.
- O que é doença?
- O que é doença mental ou psíquica?
- Ansiedade Patológica x Ansiedade normal
- Ambientes comuns da ansiedade
- Tipos de Transtornos de Ansiedade
- Tratamentos
No mais, o artigo foi escrito com muito carinho e cuidado, para conseguir te transmitir e passar tudo o que você precisa saber sobre ansiedade.
O QUE É DOENÇA?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.
Ou seja, não basta sentir-se bem fisicamente para considerar que está saudável. Se por acaso está sofrendo com questões relacionadas à sociedade ou suas emoções, sua saúde está prejudicada.
Veremos isso mais à frente, mas preocupações relacionadas ao trabalho, à família, à vizinhança, segurança pública ou até mesmo financeira, são questões que exemplificam o bem-estar mental e social.
Obviamente que o físico também conta como um fator para a saúde, mas aqui queria deixar claro que não é apenas ele que conta para o nosso pleno bem-estar.
Além desse aspecto, gostaria que tivesse em mente que a doença também pode ser considerada uma disfunção. Seja do corpo, do pensamento, emoções ou até mesmo da sociedade.
Por exemplo, se a função do rim é filtrar o sangue e de repente ele para de fazer isso, temos um aspecto disfuncional a ser tratado (pois ele parou de fazer o que deveria fazer). Nesse caso, entendemos como uma doença.
Conseguiu pegar o raciocínio de disfuncional? Então vamos para o próximo texto!
O QUE É DOENÇA MENTAL OU PSÍQUICA
Primeiro de tudo, precisamos desmistificar, questionar e reconstruir o conceito de doença mental.
Graças às instituições de tratamento aos alienados e doentes mentais (conhecidos como manicômios e hospícios) que surgiram no século XIX no Brasil (XV na Europa) e a marca que deixaram no mundo, temos uma visão errada sobre o que é conhecido como doença mental.
Isso consequenciou em um pensamento muito prejudicial, que faz com que deixemos de nos cuidar para não nos considerarmos “loucos” (por nós mesmos ou pelos outros).
Se você pega uma gripe ou quebra um osso, procura cuidar e fazer um tratamento.
Mas se começa a sentir desconforto por conta dos seus sentimentos que consequenciam em ansiedade, depressão, Burnout e dentre outras infinidades de doenças mentais, negligenciamos isso ou tentamos esconder pois não gostamos de assumir fraqueza (ou até mesmo vergonha pelo o que os outros pensarão de nós).
As doenças que advém dos pensamentos e dos sentimentos, estão relacionadas diretamente com o funcionamento bioquímico do nosso corpo… e gostando ou não, assumindo ou não, elas existem.
E acontece que não somos loucos só por sentir o que sentimos. Sentir só prova que estamos vivos e vivendo a vida conforme as nossas possibilidades.
Então não, ter ansiedade, depressão ou sofrer emocionalmente não é sinal de loucura, mas sinal de que seu corpo e mente precisam de cuidados.
Se lembra do conceito de disfuncional? Pois bem! Acontece que tudo o que sentimos possuem certas funções, seja para nos proteger, nos dar prazer ou até mesmo nos apontar aspectos que carecem da nossa atenção.
Porém, se o que sentimos é sentido de forma disfuncional… bom, então sabemos que precisamos de cuidados. Certo?
E como saber no caso da ansiedade, se ela é disfuncional ou não? Sobre isso, trataremos nesse próximo tópico.
ANSIEDADE PATOLÓGICA X ANSIEDADE NORMAL
A ansiedade nos acompanha enquanto raça e seres vivos. Ela é produto de sensações do nosso corpo, engatilhada a partir do medo e da percepção de uma situação aversiva ou perigosa.
Biologicamente falando, quando a ansiedade é desencadeada o coração começa a bombear mais sangue para os músculos do corpo, o pulmão começa a aumentar sua frequencia de trabalho para a manutenção de oxigênio exigido e o foco de atenção acaba se tornando aquilo que desencadeou a ansiedade.
O motivo de tudo isso é que no processo evolutivo da raça humana, enquanto precisávamos caçar e nos expor ao risco da natureza selvagem, o corpo precisava ser preparado para lutar ou fugir de uma situação perigosa.
Nosso corpo era preparado para tal… porém, com anos e anos de adaptação, hoje temos o conforto que temos através da tecnologia, urbanização e civilização.
Acontece que mesmo não precisando lutar contra um urso ou algum animal perigoso, ainda temos como herança genética toda essa preparação do corpo.
E isso consequencia em sintomas que conhecemos como a sensação de falta de ar ou até mesmo de estar sem os pés no chão, por conta do aumento da frequência respiratória.
Também sentimos dor no coração/peito, palidez de pele e sensação de frio por conta do sangue estar concentrado na musculatura, dentre outras questões como sensação de boca seca, suor nas mãos e pés.
Certo, mas aí vem uma questão. Se não precisamos lutar contra um urso, qual o motivo disso tudo ainda acontecer?
Se lembra que eu havia dito que a ansiedade era disparada a partir do medo e da percepção de uma situação aversiva ou perigosa?
Pois bem, e isso podemos ter em diversas situações a partir das nossas experiências de vida. Mas, como assim?
Por exemplo, quem nunca foi mordido por um cachorro normalmente não possui medo de ser mordido, a não ser que tenha sido mordido por outro animal (emparelhando o medo de um animal para outro semelhante) ou que esse medo tenha sido ensinado (assim como acontece com medo de baratas ou outros insetos).
Também temos outras situações como “notas baixas na escola”, “não conseguir passar em uma entrevista de emprego”, “prova escolar”, “prazos de entrega de um trabalho”, “sofrer perseguição e violência de desconhecidos” dentre uma infinidade de exemplos.
Tudo, dependendo da sua história de vida, e claro, sobre como lida com tudo isso.
Se lembra quando eu expliquei sobre algo ser disfuncional ou não? Então, com os comportamentos e a própria ansiedade temos isso também.
No caso, a ansiedade possui a função de nos preparar exatamente para o que está por vir, e se ela nos paralisa, a sentimos de modo desproporcional ao que deveria ser sentido e nos causa sofrimento, claramente ela não está exercendo bem a sua função, sendo assim uma ansiedade patológica e disfuncional.
Se temos ansiedade por uma prova e medo de tirar notas baixas, ficamos atentos para estudar e nos preparar para a prova. Porém se essa ansiedade acaba nos bloqueando e atrapalhando fazer o que precisa ser feito, temos aqui um claro exemplo.
Obviamente que a ansiedade não ocorre de um jeito simples, mas entendendo um pouco sobre como ela funciona, se torna possível combatê-la.
AMBIENTES COMUNS DA ANSIEDADE
Antes de falar exatamente sobre a classificação da ansiedade em termos médicos, gostaria de explanar sobre situações comuns, lugares e como ela pode afetar seu cotidiano.
Vale lembrar que essa parte do tópico é limitada a poucos exemplos devida a alta complexidade que é falar de situações do cotidiano. Aliás, quantas situações parecidas não passamos, mas experimentamos de modos diferentes não é mesmo?
O que mais vale aqui, é você entender o mecanismo da ansiedade. E claro, entender que precisa de cuidados a partir do momento que ela te paralisa, é sentida de modo desproporcional e te causa sofrimento.
Bom, vamos lá?
NA ESCOLA E FACULDADE
Existem pessoas que desde muito novas são ensinadas a possuir uma competitividade exagerada e são expostas a cobranças constantes.
“Você precisa ser o melhor da sala”, “seu colega tem resultados melhores que os seus”, “você só estuda, deve no mínimo tirar boas notas” e por aí vai.
Acontece que com frases do tipo, temos crenças embutidas como “reprovar de ano”, “não ter um futuro digno”, “ter reprovação dos pais, professores e amigos”, “ser motivo de piada e chacota” e tudo isso representa uma situação aversiva e perigosa para a criança e o adolescente.
Aqui já fica claro como a ansiedade pode agir, não é mesmo?
E não é nada diferente na faculdade, quando entramos na fase adulta e a cobrança só aumenta.
Acontece que a vida de fato nos cobra muitas coisas e isso deve em certa medida ser compreendido.
Porém acontece que muitas dessas pessoas foram ensinadas a ver apenas a cobrança, e apesar de conseguir corresponder aquilo que foi pedido (mesmo que minimamente) tem como resposta mais cobrança ao invés de satisfação.
Assim vivem a vida sempre com o perigo a vista, sem conseguir descansar.
Como disse, isso foi ensinado. Ou seja, foi aprendido… e tudo na nossa vida nós aprendemos, inclusive, é possível aprender novos comportamentos saudáveis e mudar a sua vida.
NO TRABALHO
Seja na busca de um cargo à altura ou a apresentação de um projeto em reunião (para o cliente ou o corpo diretor).
Quando se possui expectativa, temos vários outros elementos secundários que podem provocar ansiedade, pois pensamos sobre riscos e o que eles representam.
Horários sem controle, contatos inesperados de clientes furiosos, fornecedores atrasados, pares da empresa ou até mesmo superiores imprevisíveis, dentre uma infinidade de fatores que dependendo da natureza, podem provocar a sensação de angústia e aversão ao que acontece.
Como disse anteriormente, tudo depende da história de vida de cada pessoa, e na empresa é a mesma coisa… não somente como você se comporta de forma individual, mas a empresa em si pode possuir características de uma cultura organizacional que propicia a incerteza sobre o futuro.
Características assim no geral, podem levar a um quadro de ansiedade e comprometer tanto o rendimento quanto a saúde mental de quem o vive.
NO COTIDIANO E GRUPOS SOCIAIS
Como já deve ter percebido, tudo que representa algo aversivo e que causa sofrimento emocional, de forma intensa e desproporcional, pode ser fonte de ansiedade, e isso não seria diferente nas relações que possuímos.
Familiares, amigos e conhecidos… ou até mesmo de desconhecidos!
Seja sobre o próprio peso, questões de estética ou intelecto, aceitação do outro sobre quem você é e outras questões da vida.
A forma como respondemos a tudo isso é muito variável, podendo nos levar a comportamentos de reclusão, excesso alimentar ou até mesmo comportamentos explosivos, sempre associados a ansiedade por aquilo que representa tamanha aversão.
Normalmente o sentimento de “parece besteira” é muito frequente em quem sofre de ansiedade por questões relacionadas, mas acontece que se o seu modo de sentir a ansiedade está de forma disfuncional, seu corpo não vai dosar esse desconforto pois para você representa algum tipo de risco.
TIPOS DE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Todos os tópicos anteriores foram tratados de forma a entender como a ansiedade funciona no cotidiano, sem pensar em aspectos clínicos.
Aqui neste tópico trataremos sobre os transtornos de ansiedade.
Como deve ter percebido, falei no plural e isso não é por acaso… acontece que por questões a facilitar uma nomenclatura sobre o que se sente e pensar em um tratamento adequado para cada caso, na literatura médica a ansiedade foi categorizada e dividida.
Os transtornos são: de ansiedade de separação, mutismo seletivo, fobia específica, ansiedade social, pânico, agorafobia e ansiedade generalizada.
Temos outros como de ansiedade induzida por substância/medicamento, devido a outras condições médicas e de ansiedade especificada e não especificado, que são tratados em casos específicos.
Uma coisa que se deve ter em mente, é que os transtornos de ansiedade dividem entre si uma característica de medo e ansiedade excessivos, sendo o medo uma resposta emocional a uma ameaça e a ansiedade uma antecipação dela.
Medo e ansiedade acabam um se sobrepondo ao outro, mas suas principais diferenças se destacam ao primeiro se relacionar com o corpo se preparando para algo que de fato está presente, e o segundo para algo futuro que pode acontecer.
Por exemplo, o medo se dá no momento que você vê uma pessoa brava vindo discutir com você, recebe uma notícia ruim ou se depara com um acidente no seu percurso, e o seu corpo se prepara com todos os sintomas já mencionados.
E a ansiedade é o pensamento ou a percepção de uma situação futura, em que se imagina aquele perigo chegando e o seu corpo te prepara para se esquivar de qualquer coisa que ative aquilo que te dá medo.
Como norte para entendimento do diagnóstico, veremos sobre os sintomas do ataque de pânico listados abaixo:
- aceleração dos batimentos cardíacos;
- suor;
- tremores;
- sensação de falta de ar;
- sensação de asfixia;
- dor na região torácica;
- náuseas ou desconforto abdominal;
- sensação de tontura e em alguns casos desmaio;
- sensação de formigamento;
- sensação de estar com os pés fora do chão ou distante;
- medo de perder o controle;
- e, medo de morrer.
Esses itens compõem o ataque de pânico, que pode ser encontrado nos diversos transtornos de ansiedade (e em outros tipos de transtornos psicológicos).
Para se caracterizar um ataque, deve estar presente pelo menos quatro ou mais dos sintomas mencionados e normalmente eles acontecem de forma abrupta, causando intenso desconforto por alguns minutos.
Lembre-se, as informações aqui contidas são apenas para te informar e não para se autodiagnosticar. Se por acaso está sofrendo e desconfia que seja de ansiedade, o ideal é procurar por um profissional da saúde para seu diagnóstico e tratamento.
No mais, vamos ver sobre os transtornos de ansiedade:
- Transtorno de Ansiedade de Separação
- Fobia Específica
- Transtorno de Ansiedade Social
- Transtorno de Pânico
- Agorafobia
- Transtorno de Ansiedade Generalizada
De forma a melhorar sua leitura, tomei liberdade para compartilhar informações a partir do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
Caracteriza-se transtorno de ansiedade de separação o sintoma ansioso exacerbado em relação ao afastamento da figura de apego (pai, mãe ou substituto), levando em conta o seu estágio de desenvolvimento.
O paciente (normalmente criança ou adolescente) apresenta preocupação excessiva da possível perda dessa figura de apego e tem dificuldade de sair de casa ou ficar sozinho, com perda significativa em seu cotidiano social, escolar ou profissional.
Além dos sintomas psíquicos de ansiedade e medo extremos, a antecipação da separação pode gerar sintomas físicos, como cefaleia (dor de cabeça), dor abdominal, náusea e vômitos. Há também casos de sintomas cardiovasculares, como tontura, palpitações e sensações de desmaio.
Normalmente, consideram-se os pacientes como pessoas medrosas, afetando também a autoestima.
Para o diagnóstico, esses sintomas precisam persistir por quatro ou mais semanas.
Na anamnese, é muito comum encontrar adultos com outros transtornos de ansiedade, os quais, na infância, foram diagnosticados com transtorno de ansiedade de separação. Assim, esse transtorno acaba sendo um fator de risco para o desenvolvimento de outras patologias psíquicas.
FOBIA ESPECÍFICA
Fobias específicas são medo ou ansiedade excessivos, com comportamento de esquiva por um objeto ou situação, sendo esse medo ou ansiedade desproporcional em relação ao perigo real. Existem fobias que podem gerar prejuízo social, profissional ou em áreas significativas na vida da pessoa.
Quando em contato com essas situações, a pessoa pode apresentar sintomas físicos, como falta de ar, palpitações, tontura e tremores (com piora dos sintomas), chegando até mesmo a ataques de pânico.
Apesar de sintomas parecidos, as fobias podem ser classificadas por tipos diferentes como: animais, situacionais (locais fechados, elevadores, entre outros), sangue e ferimentos e estímulos ambientais, entre outras.
As fobias específicas são diferenciadas dos medos normais por serem em intensidade muito maior que o esperado.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL
O transtorno de ansiedade social é caracterizado pelo medo persistente e intenso de ser observado por outras pessoas e de seu julgamento negativo.
É normal existir dúvida sobre esse conceito quando pensamos que a maioria das pessoas se sente nervosa frente a uma situação de exposição, tal como fazer um trabalho na frente da turma da escola ou em uma apresentação no trabalho.
Nesses casos, se a ansiedade é controlada, não é considerada patológica. Nas situações em que os sintomas são demasiadamente intensos ou incapacitantes, com perda funcional em seu cotidiano, o transtorno é diagnosticado.
Apesar de o próprio paciente perceber que essa reação é exacerbada, ele mesmo não consegue controlar.
Normalmente por se iniciar na adolescência e se prolongar por toda a sua vida, impacta em situações pontuais, como falar em público, ou de forma generalizada, quando a pessoa quase não suporta contato social.
A simples antecipação do estímulo negativo já é suficiente para iniciar os sintomas psíquicos, que podem também ser de ordem física, como palpitação, falta de ar, tremor e sudorese, e ser presente em outras comorbidades, como ataque de pânico. Entretanto, não é considerado transtorno de pânico quando as crises são relacionadas com contato social.
Outras patologias também podem ser relacionadas a esse transtorno, como depressão ou uso abusivo de bebidas ou ansiolíticos.
O impacto na vida cotidiana pode ser muito grande pensando nas diversas situações em que isso pode ocorrer, tais como falar, beber e comer na frente de outras pessoas, conversar com estranhos, falar com pessoas do sexo oposto, escrever e assinar em público, chamar a atenção para si, usar banheiros públicos, manter contato visual etc.
TRANSTORNO DE PÂNICO
Crise ou ataque de pânico são crises de angústia súbitas, atingindo o nível máximo de intensidade em aproximadamente dez minutos, com duração entre 15 e 30 minutos, com forte descarga no sistema autônomo, o que pode gerar sintomas de:
- palpitação ou taquicardia;
- falta de ar;
- sensação de asfixia;
- sudorese;
- tremor;
- formigamento ou perda de sensibilidade;
- ondas de calor ou calafrios;
- tontura;
- náusea ou desconforto abdominal;
- desrealização;
- despersonalização e medo de perda do controle ou morrer;
- medo e angústia crescente;
- e com a forte sensação de que algo ruim vai acontecer.
Para ser definido como um transtorno de pânico, essas crises precisam ser repetitivas e inesperadas, com mais de três ataques em um mês.
O paciente, por sua vez, sente uma grande preocupação de ter um novo ataque, o que, em muitas situações, ocasiona a própria crise.
AGORAFOBIA
Em linhas gerais, agorafobia é descrita como o medo de sentir medo. É caraterizada pelo medo ou ansiedade intensos, desencadeado pela exposição real ou antecipatória a diversas situações como:
- uso de transporte público, como ônibus, metrô, trens ou avião;
- permanecer em locais abertos;
- permanecer em locais fechados, como lojas, cinemas e teatros;
- permanecer em filas no meio de multidão;
- e, sair de casa sozinho.
Nessas situações, a pessoa vivencia alguns dos sintomas de pânico, como tontura, desmaio e vômito, além de sintomas inflamatórios intestinais e medo de morrer.
Na agorafobia, alguns dos principais componentes são a evitação dessas situações e a preocupação de ocorrer alguns desses males ou descontrole em locais públicos.
Dessa forma, o paciente evita sair sozinho, ficando sempre dependente de outras pessoas, e/ou sempre possui medicação para uma possível crise.
Nessa morbidade, a ansiedade antecipatória, que é sensação de medo na iminência de estar em conta com uma dessas situações, é um dos principais critérios de diagnóstico.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é definido pela presença do sintoma ansioso exacerbado na maior parte do dia, com características psíquicas, como:
- angústia;
- tensão;
- e, preocupação ou irritabilidade;
E sintomas físicos, como:
- dor de cabeça;
- tremores;
- dificuldade para relaxar;
- sensação de fadiga;
- palpitações;
- sudorese;
- vertigem;
- ondas de calor ou frio;
- urgência urinária;
- e falta de ar.
Também temos outros sintomas como hipervigilância, irritabilidade, insônia e dificuldade de concentração, com duração de mais de seis meses.
No quadro de TAG, o paciente apresenta uma expectativa negativa de que alguma “coisa ruim” vai acontecer com ele ou com pessoas próximas, ou que acontecerá algum problema no trabalho ou nos estudos.
Um fato curioso desse transtorno é que, pelos fortes sintomas físicos, o paciente inicia sua investigação com outros médicos, como o cardiologista quando os sintomas são de palpitação, ou com o gastroenterologista quando relacionados ao sistema digestório.
É claro que todo sintoma precisa ser averiguado antes de ser atribuída a ansiedade; contudo, esse fato faz com que haja demora em atribuir esses sintomas à parte psíquica, atrasando o tratamento e, consequentemente, a melhora dos sintomas.
TRATAMENTOS
O tratamento se dá especialmente por meio de psicólogo e médico psiquiatra, seja para ajudar em questões comportamentais e com os sintomas físicos.
Sabemos que a ansiedade pode ocorrer por traumas, modos de ver o mundo, pensamentos e comportamentos disfuncionais que prejudicam o cotidiano de quem sofre por algum dos transtornos descritos aqui.
Desse modo, o tratamento psicoterápico é feito com acompanhamento para investigação, reflexão e exercícios propostos pelo psicólogo afim de auxiliar o paciente com suas questões.
Um caminho que tem se mostrado eficaz é a utilização do tratamento neurométrico em conjunto com a psicoterapia.
O tratamento neurométrico consiste em treinar o corpo para lidar com a ansiedade, e por realizar leituras da frequência cardíaca, respiratória e dos sinais cerebrais, torna o resultado observável e com possibilidade de avaliação sobre como está o tratamento psicoterápico.
No caso do médico psiquiatra, dependendo da avaliação, entrará com tratamento medicamentoso afim de diminuir o desconforto desencadeado no corpo e auxiliar o psicólogo no seu trabalho.
De forma a ajudar no combate da ansiedade, também podemos pensar no estilo de vida, assim como a utilização de uma alimentação saudável, exercícios físicos e reflexão sobre a vida.
Não deixe de se cuidar e procurar por acompanhamento especializado.
Se precisa de uma avaliação ou de tratamento, entre em contato para marcar a sua consulta clicando no botão abaixo: